Que eu toda me torne
Qualquer coisa que arrebente
E que em todas as linhas
Sobre apenas o infantil olhar
Que do caos
Sobre todas as árvores
Reste apenas o ar dos pés
Algo que lembre
A coloração da leveza
Que ninguém suspeite desse desejo
Amplo e disfarçado.
Que das vendas e risadas
Reste ao fim do dia
Sobras enluaradas e cheiro de flores noturnas.
Que minha doçura seja suficiente
Para dar compreensão
a mim mesma.
e que a lua que brilha
seja para sempre lua e nova.
Que o amor faça parte dos finais
Para que eu acredite
Em tudo que é sonho.
Que cada gota que escorra
do rosto de um homem
Pingue noções de heroísmos
Nesse chão tão perdedor.
Que todo sopro/choro
Acalme o coração do tal vilão
Pois os lares precisam de respeito
E as crianças, de esperança.
Que eu toda me torne
Qualquer coisa que arrebente
e que a lua que brilha
seja para sempre lua e nova.